Desabafos de uma ex-eterna dona da razão

Todos nós temos “podres”. Todo mundo tem aqueles defeitos de estimação que parecem inofensivos, mas na verdade não são. Eu levei um bom tempo pra assimilar e reconhecer muitos dos meus – e, olha, não é uma coisa fácil. Dói perceber que você pode ter feito pessoas se afastarem, que tu nunca foi um alecrim dourado, que jogou boas oportunidades fora, que passou vergonha, que feriu, magoou, perdeu alguém por causa deles.

Isso não é pra que ninguém se torture, de forma alguma. Nem sobre quem vive em relações abusivas, em que as pessoas se culpam por erros que nunca foram delas.

Isso é sobre falhas reais. Sobre recalcular a rota, melhorar, evoluir.

A gente ama quando alguém reconhece que errou com a gente, mas custa a admitir que errou feio com alguém. E os outros, também não erram comigo? Claro que sim, mas o que geralmente fazemos é tirar nossa responsabilidade da equação. E com isso, além de continuar errando, a gente perde a chance de fazer a coisa ser diferente.

Se eu, uma dona da razão em recuperação, puder te dar um humilde conselho, seria: não faça isso.

Se mais de uma pessoa já apontou alguma falha ou comportamento seu que não são legais, ouça.

Se ninguém apontou, seja honesto com você mesmo. Olha para o seu próprio serzinho e faça uma autocrítica sincera. Não arrume desculpas, não fique argumentando, legitimando, justificando suas cacas. Não transfira a culpa pro outro. Assuma, mas assuma de coração.

A gente perde amizades, relacionamentos, casamentos, chances, negócios, tempo e até saúde por ficar tirando o nosso da reta. E às vezes, quando nos damos conta, já é tarde.

Ninguém é tão bom que não precise melhorar. E mudar, mudar mesmo, não é um processo fácil (te garanto que ainda é uma luta pra mim). Mas reconhecer que é refém dos seus próprios comportamentos ruins pode ser uma das decisões mais libertadoras que você vai tomar. 💛

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