Quem não gosta (na teoria, claro) de uma pequena treta, meus amigos? Então vamos aproveitar essa edição número 1 da nossa news para falar de confusão. Ou melhor: sobre como deixar ela de fora da sua produção, seja você do time clienters ou do time creators. Hoje posso dizer que depois de uma boa caminhada e de várias lições aprendidas no audiovisual, essas tretas praticamente não existem por aqui – e sei que é totalmente possível evitá-las aí também.
Antes da gente começar, uma paradinha bem rápida caso você tenha me dado a honra de ler esse texto mas ainda não me conhece: me chamo Nicolle, adoro bacon, tenho uma produtora e estúdio de animação 2D junto com meu companheiro e trabalho há mais ou menos 10 anos com Roteiros e Writing. Decidi compartilhar nesse pequeno “Diário” as delícias e os B.O.s desse meu xodó que é o universo da roteirização porque se tem algo que nós aqui sentimos na pele é como o Roteiro faz toda a diferença na criação de um vídeo e no êxito de um projeto (serei acusada de puxar sardinha para o meu trampo? Serei. Mas juro que é verdade).
Então chega de enrolação e vamos ao que te trouxe aqui: os 4 maiores problemas que a ausência de um Roteiro traz, aos meus olhinhos, para a produção de vídeos.
⚠️ Treta número 1: O “Roteiro” abstrato: várias pontas soltas
“Eu pensei que era pra fazer assim”, “mas nós achamos que teria tal coisa”: essas são frases comuns na entrega de um vídeo em que o cliente, o filmmaker, o editor ou o motion designer não tiveram acesso a um Roteiro. E isso por uma razão muito simples: por melhores que sejam as intenções e por mais que haja um bate-bola prévio sobre o que precisa ter e como deve ser o vídeo, é o doc do Roteiro que vai mostrar bonitinho, na prática e pra todo mundo, como será a mensagem, a locução, os depoimentos, as imagens, a animação, os letterings, a estética, ou seja: tudo. É no Roteiro que se alinham expectativas, é dali que surgem dúvidas e é graças a ele que elas são esclarecidas. Ou pelo menos, deveriam…
⚠️ Treta número 2: E o Oscar de vídeo com mais alterações que poderiam ser evitadas vai para…
Meus amiguinhos, já perdi a conta de quantos vídeos “vai-e-vem” eu acompanhei nessa vida. Era como se o material estivesse sendo decidido e criado só na hora da edição, justamente por conta da Treta número 1: como as expectativas e alguns detalhes sobre o conteúdo não estavam bem alinhados (e nem sempre são dúvidas que podem ser esclarecidas na hora, sem travar a produção), quem estava criando precisava supor coisas ou “fazer com o que tinha”, e o cliente, por sua vez, não ficava 100% satisfeito com o resultado. Aí, já viu: dá-lhe alteração. Altera, volta, refaz,“é quase isso”, volta de novo, “lembramos de mais uma coisa”, ajusta, emperra na aprovação, volta para a versão inicial… e o bendito do vídeo entra no Hall da Fama das Produções mais Alteradas e Eternas do planeta. Talvez você veja isso como algo normal, mas é com muito amorzinho que eu te digo: não, não é. Ajustes fazem parte, sim, de qualquer projeto, mas seu vídeo não precisa – e não deve – ser um poço sem fim de alterações.
⚠️ Treta número 3: O vídeo vai pra trás e o preju só pra frente
Se a dor é no bolso dói até no coração, não é não? E infelizmente acontece muito por aí: prejuízos tanto no bolso do cliente como no da própria produtora, agência ou do filmmaker, e que poderiam ser evitados se houvesse um Roteiro. Coisas como: enviar um filmmaker ou uma equipe de filmmakers para regravar cenas ou depoimentos que não “saíram como o esperado”; regravar locuções inúmeras vezes porque o texto é mudado constantemente; refazer o vídeo do início; mobilizar o time por muito mais horas ou dias do que o que foi calculado no orçamento inicial…
Só um detalhe: é importante dizer também que erros e imprevistos fazem parte de qualquer produção, amiguers. E como o próprio nome diz, são coisas que estão fora do controle e que eventualmente podem gerar algum tipo de gasto extra mesmo. Mas na imensa maioria das vezes, a presença de um roteiro e uma produção organizada são suficientes para evitar que o seu vídeo caia nas garras de qualquer prejú.
⚠️ Treta número 4: O temido, o terrível, o inominável… atraso
E depois da treta de não ter o conteúdo e as expectativas bem alinhadas (Treta n° 1), de passar pelo mar de ajustes sem fim (Treta nº 2) e de gastar a mais sem necessidade (Treta nº 3), a gente dá de cara com ela: a Treta do Atraso. Pode ser na entrega, pode ser em alguma (ou em todas) as etapas de produção, mas é fato que, sem um Roteiro, a probabilidade de o calendário virar seu inimigo é grande. E a razão já não é um mistério: quanto mais ruídos de comunicação, ajustes, pausas e negociações de gastos extras, mais os prazos ficam comprometidos.
Por hoje é só, meus queridos. Eu espero do fundo do coraçãozinho ter contribuído um pouco pra que você, seja um clienter ou um creator, possa evitar essas e outras tretas na sua produção audiovisual. E como uma humilde roteirista que busca vender seu peixe, te convido a dar aquela olhadinha no meu trabalho e na página da Oneness Films. Lá não tem treta. Juro, juradinho.